Ousadia? Idealizamos o novo Honda Civic Si

Ousadia? Idealizamos o novo Honda Civic Si

WM1 entrevista proprietários e aficionados pelo esportivo para projetar aquele que seria o Civic Si '10' perfeito

O dom de provocar devoção, ser cultuado pelos que o possuem e venerado pelos que sonham um dia tê-lo na garagem, está restrito a pouquíssimos carros. O Honda Civic Si faz parte deste seleto grupo e pelo motivo mais nobre para nós viciados em combustível: o latente prazer que proporcional aos que o dirigem, mesmo não tendo um conjunto mecânico de tirar o fôlego, como dos superesportivos milionários que beiram a utopia.





Recentemente, a fabricante japonesa apresentou nos Estados Unidos aquele que deverá ser a versão Si da 10ª geração do Civic. Por se tratar ainda de um conceito, apesar de as imagens deixarem claro que a versão de produção não será muito diferente, informações técnicas foram extremamente restritas. O que sabemos é que terá o mesmo motor 1.5 16V turbo de quatro cilindros (173 CV) que equipa a opção Touring, comercializada aqui no Brasil por R$ 124,5 mil, mas – felizmente – com a promessa de ser o Si mais potente da história. Outra informação é que a configuração ‘apimentada’ do Civic estará disponível para as carrocerias sedã e cupê.
Diante deste mistério que beira o desespero, o WM1 resolveu idealizar, a partir dos anseios de alguns aficionados, especialistas e proprietários do modelo, como deveria ser o Si ideal da 10ª geração.



MOTOR & CÂMBIO
Antes de projetar o coração ideal do novo esportivo, é muito importante destacar: independente dos desejos de cada um dos apaixonados pelo Civic Si, todos estão cientes que, mesmo quebrando uma longa tradição de motores grandes e aspirados, o caminho adotado pela Honda é o correto: propulsor menor e sobrealimentado (turbo) em busca de performance a partir de uma maior economia de combustível e menor emissão de gases poluentes.

“Eu sou a favor dos motores turbos. Gosto bastante. Infelizmente, a era dos motores aspirados ficou para trás e o único jeito de conseguir desempenho aliado a baixas emissões de poluentes e baixo consumo é com o auxílio do turbo compressor. Eu gosto muito dos motores aspirados e ‘giradores’, é diferente, mas isso ficará nos modelos antigos. Temos que nos adequar ao futuro”, diz Rafael Costa, 30 anos, proprietário de um Civic Si 2007.



Deixando por um momento o racional para sonhar com a perfeição, Costa tem na cabeça o motor que cairia como uma luva para a décima geração do Si: um 2.0 turbão! “Na minha opinião, o ideal seria um motor 2.0 sobrealimentado, assim como é o Type R, para fazer frente aos concorrentes como Golf GTI MK7 e Audi A3”, opina. “Seria dominante e estaria um degrau acima dos concorrentes se viesse com uns 250 cv, 260cv”.

Márcio Fujii, 27, que tem o Si 2008 na garagem, divide a mesma opinião. “Um 2.0 i-VTEC turbo seria lindo de ver”, admite o fotógrafo e videomaker, que, reconheceu, que o último motor 2.4 DOHC i-VTEC (quatro cilindros, aspirado e a gasolina) da geração 9 deixou a desejar frente aos concorrentes com seus 206 cv de potência máxima a 7.000 rpm e torque de 23,9 kgf.m a 4.400. A aceleração de 0 a 100 km/h é em 7,9 segundos e a velocidade máxima fica em 231 km/h.





Se a evolução para um motor 2.0 turbo seria perfeito para o novo Civic Si, a manutenção do câmbio manual de seis marchas, presente nas 8ª e 9ª gerações, seria fundamental. “Pediria para Honda mudar o mínimo possível em relação à ‘pegada’ das transmissões das duas últimas gerações. Os engates são precisos, curtos e a manopla tem bom peso. Os câmbios sempre foram um ponto louvável dos Si”, exalta o consultor Rodolfo Saito, 23, dono de um Civic Coupé EXS 1995.
“A pretensão do Si nunca foi de ser o mais rápido e sim ter uma dirigibilidade acertada com a receita dos esportivos japoneses: Simples e divertido. O câmbio seis marchas manual ainda é imbatível nesse quesito e sem dúvidas agradaria o público que aprecia o modelo”, analisa Fujii.





Também devoto da transmissão manual pelo prazer que entrega, Costa lembra também que confiabilidade e a capacidade de aguentar “desaforo” são marcas desta caixa de transferência. “O câmbio manual de seis marchas continuará sendo o preferido do público. Eu gosto bastante das transmissões de dupla embreagem, que aliam conforto com desempenho. Só tenho um pé atrás em relação a deseja-la no Civic, pois é sabido que é um pouco problemático e uma das características dos Civics é não quebrar nunca, e aguentar bastante ‘desaforo’”.

MENOS 9ª GERAÇÃO...

Ao analisar as escolhas feitas pela Honda nas duas últimas gerações do Si, ficou claro que na 9ª geração os erros foram mais latentes, o que acabou por torna-la menos atraente. O principal deles foi uma mistura de preço elevado com falta de competitividade com um projeto mais antigo em relação aos concorrentes da época.

“Em partes, acredito que o sucesso do Civic Si de 8ª geração foi por surpreender a concorrência, onde um de seus principais concorrentes, o Golf GTI, era um facelift de um carro lançado no Brasil em 1999, com algumas alterações no motor. O comportamento dinâmico do Civic era vastamente superior ao Golf, mas a comparação era desleal pela idade dos projetos. Em 2014, o cenário era completamente diferente: A Honda lançou o Si importado por R$ 124,9 mil, mas seu concorrente estava atualizado, com plataforma modular, câmbio de dupla embreagem, dinâmica fantástica, e custando cerca de R$ 105 mil na versão básica”, relembra Saito.



Costa pontua ainda a falta de versatilidade do Si de 9ª geração pelo fato de ter sido cupê, e não sedã como o da anterior. “Apesar do último Si ser um carro muito bonito, acredito que não vendeu tanto por não ser um carro tão versátil como os seus concorrentes, O fato de não ter a versão 4 portas atrapalha o consumidor comum. Meu pai, por exemplo, não teria um Si duas portas e ele teve um Si quatro portas”, exemplifica Costa. “Se perguntasse para mim se eu teria tido o último modelo de Civic SI, talvez só teria por ser extremamente confiável e isso conta muito já que eu gosto de ficar bastante tempo com o mesmo carro, mas tirando isso fica difícil para o Civic”, completou.

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...MAIS 8ª GERAÇÃO

Entrevistando os aficionados, especialistas e proprietários, ficou nítido que a 10ª geração do Si, além de evitar os (muitos) erros da 9ª, precisa voltar um pouco mais no tempo e entregar de forma um pouco mais latente o que a 8ª geração entregou. “O motor mais girador, 2.0 em vez do 2.4, conta muito. É um carro mais visceral que seu sucessor, e se distancia mais dos Civics não esportivos. Outro ponto é que a sua geração revolucionou o design do Civic até então, o que acaba marcando mais. A geração 9 apenas evoluiu os conceitos criados pela geração 8”, diz Fujii.

A intensidade da penúltima geração do Si também é destacada por Saito. “O carro tem estabilidade incrível, o câmbio é espetacular e o motor girador te recompensa ao fazer você se esforçar para tirar o melhor dele. Faz você se sentir piloto. E o ronco do motor é viciante à medida que chega ao final do conta-giros. Além disso, o interior do carro era bem diferente dos sedãs comercializados na época, com o painel de "dois andares" de iluminação vermelha e velocímetro digital na altura dos olhos”.

Costa também enumera uma série de qualidades que fizeram da 8ª geração um carro muito mais cultuado que seu substituto. Todas atreladas a quem gosta de colocar a fera no asfalto – e não para passear. “A Honda privilegia muito o prazer na tocada, as vezes até em detrimento do desempenho máximo. O tanto que o motor gira, como o carro aponta e o poder de fazer curvas. O fato do carro ser bem neutro em um tempo que a maioria dos carros sofrem de understeer por segurança. Apesar de ter alguns auxílios eletrônicos, o carro não depende deles para ser rápido. Dessa forma torna a tocada mais verdadeira e prazerosa. Acredito que um dos grandes motivos do carro ter se tornado tão famoso é que ele vem praticamente preparado para ser colocado na pista, com exceção dos freios que como qualquer carro de rua superaquecem sem upgrade de pastilhas e fluídos específicos”.



Ao 8ª geração do Civic Si é equipada com motor 2.0 16V de quatro cilindros aspirado (injeção multiponto) somente a gasolina, que gera 192 cv de potência a 7.200 rotações e 19,2 kgf.m de torque a 6.100 giros. A aceleração de 0 a 100 km/h acontecia em 7,9 segundos e a velocidade máxima era de 215 km/h.

CONCLUSÃO: 10ª GERAÇÃO

Se ouvir os aficionados, a Honda tem todos os insumos para entregar o melhor Civic Si de todos os tempos. Apesar de o motor 2.0 turbo ser o preferido, o 1.5 16V Turbo que será adotado está de bom tamanho para todos, desde que totalmente recalibrado para gerar muito toque e potência. O ronco precisas ser trabalhado para, no mínimo, arrancar um sorriso de canto de boca quando passar ‘esmerilhando’. A transmissão só pode ser uma: manual de seis marchas – e se quiser manter a adotada nas duas últimas gerações, melhor. A suspensão tem que ter um acerto refinado para que possa ser levado para a pista e os freios, mais eficientes para poder encarar um track day sem que o sistema superaqueça. Tem que ter muito ‘chão’ – devorar asfalto e fazer curvas com um trem-bala sobre trilhos. A carroceria cupê é linda, mas a sedã é preferida por ser mais versátil aos proprietários que tem família e usam o carro no dia a dia. O acabamento tem que ser impecável. E o preço, minimamente competitivo.

Difícil para a Honda? Com certeza! Impossível? Definitivamente, não!

Fonte: http://wm1.com.br/cultura-auto/ousadia-idealizamos-o-novo-honda-civic-si#fotoNav=1

Abraços,

Eu gostei da projeção.

Legal né!

Abraços,